Após queda de rocha em Capitólio, governo identifica cerca de ‘500 áreas em risco iminente’, diz ministro
Escrito por Pedro Emanuel em 17/01/2022
Após o chocante acidente do Capitólio, em Minas Gerais, que deixou 10 pessoas mortas, as investigações têm um objetivo ainda maior do que apenas identificar culpados: prevenir novos desastres. O turismo de aventura sem fiscalização pode ser muito perigoso, então municípios, estados e o governo federal já estão colocando em prática medidas e inspeções. No entanto, não há lei que obrigue os estudos de risco ou vistorias em áreas remotas, onde ficam os cânions. Veja a reportagem completa acima.
Segundo revelou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, o Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, identificou 500 áreas onde há risco.
Pela lei, as inspeções e estudos de risco só precisam ser realizados em áreas urbanas. Em locais remotos, onde ficam os cânions, falésias, cavernas e cachoeiras, ficam de fora da obrigatoriedade, mas especialistas são categóricos: esse monitoramento das regiões rurais e turísticas são fundamentais para prevenir acidentes naturais como o de Capitólio.
Piauí e Sergipe agilizam inspeções
O acidente em Capitólio acendeu o alerta em estados e municípios com destinos turísticos semelhantes, como o Piauí e o Sergipe, que abrigam, respectivamente, o Cânion do Rio Poti e os Cânions do Xingó. A Secretaria do Meio Ambiente do Piauí fechou o local para visitação nessa época de chuvas para uma inspeção e espera gerar um relatório em até duas semanas.
Já para os Cânions do Xingó, área de conservação federal de responsabilidade do ICMBio entre os estados de Sergipe e Alagoas, foi formado um grupo com universidades da região, prefeituras e governos estaduais. O grupo, que conta com geógrafos e geólogos, irá fazer um estudo para delimitar margens de segurança para mitigar riscos na região.